Gerenciar as finanças de uma empresa exige conhecimento e atenção. Sem o conhecimento suficiente e a atenção necessária, o gestor acabar cometendo falhas que, dependendo de sua gravidade, podem acarretar grandes prejuízos para o negócio.
Neste post, listamos seis dos erros mais comuns na gestão financeira que você deve evitar ao máximo.
NÃO REGISTRAR VENDAS
As vendas representam uma das operações mais importantes da sua empresa, e seu impacto sobre o fluxo de caixa é determinante e geralmente, poucas vendas significam um fluxo de caixa deficiente. Por isso, é importante registrar todas as suas vendas, independentemente do produto vendido ser de alto, médio ou baixo preço.
O gestor que não se importa em conferir e registrar as vendas está agindo displicentemente, e pode comprometer as finanças da empresa. Recomenda-se, inclusive, separar as vendas efetuadas a prazo daquelas que são efetuadas à vista, já que estas últimas representam dinheiro vivo, enquanto as outras representam financiamento de clientes (promessa de dinheiro para o futuro).
NÃO CONTROLAR O ESTOQUE
Esse é um erro muito comum. É muito importante saber a quantidade exata dos itens de cada categoria que compõe o estoque, registrando devidamente sua saída para as prateleiras e comparando com o registro de vendas.
Os produtos podem ter prazo de validade curto, médio, longo ou indeterminado. Conferir os prazos de validade é necessário para evitar estocagem excessiva de mercadorias e desperdícios desnecessários. O importante é manter o estoque equilibrado, com produtos suficientes para suprir a demanda: nem superlotado, nem escasso.
Algumas empresas usam a estratégia de entregar o controle de estoque a cargo dos fornecedores de modo a evitar faltas ou excessos. A economia enxuta, por sua vez, defende a aquisição de mercadorias somente no momento preciso em que são necessárias (essa técnica exige um gerenciamento mais preciso e bem calculado).
DESCONSIDERAR TODOS OS CUSTOS E DESPESAS
Um dos objetivos de toda empresa é reduzir gastos. Contudo, não é possível realizar essa redução se o gestor não estiver a par de todos os custos e despesas da empresa. Há gestores que cometem o erro de ignorar pequenos gastos, considerando que são de pouca ou nenhuma importância para a saúde do fluxo de caixa.
Custos e despesas podem ser diferenciados da seguinte forma:
• custos: gastos para a produção, como matéria-prima, mão de obra direta, compra de outros produtos usados na produção das mercadorias etc;
• despesas: gastos administrativos, de vendas, e destinados à manutenção das atividades na empresa.
Na verdade, todos os gastos (custos/despesas) devem ser categorizados e registrados para garantir um controle financeiro eficiente. Existem gastos:
• fixos: que têm valor fixo, alterando-se em períodos específicos (como serviços de água, luz, telefone, internet, gás, aluguel, pagamento dos funcionários, e outros);
• variáveis: que oscilam conforme a produção/venda das mercadorias (compras com fornecedores, comissões por vendas, transporte para entrega, energia e água usada na produção, e assim por diante).
Nem sempre é fácil distinguir os gastos fixos dos variáveis, mas é fundamental fazer uma estimativa razoável.
CONFUNDIR CONTAS PESSOAIS COM AS DA EMPRESA
Esse é outro erro comum nas empresas. O gestor, que muitas vezes é o próprio dono, costuma misturar as contas que ele e outros membros de sua família fazem como pessoas físicas com as contas da pessoa jurídica (que é a empresa). Essa atitude onera bastante o fluxo de caixa, e não é raro algumas empresas fecharem por conta desse problema.
O ideal é estabelecer sua remuneração (pró-labore ou distribuição de lucros) e respeitar os limites de seus ganhos. Tirar dinheiro aleatoriamente do caixa para pagar dívidas pessoais vai prejudicar o capital de giro e, quando a empresa precisar de dinheiro para suprir as necessidades do ciclo operacional, terá que recorrer a empréstimos que também são outra falha comumente cometida pelos gestores.
PEDIR EMPRÉSTIMOS (SEM ORIENTAÇÃO OU ANÁLISE)
Fazer empréstimos a bancos ou agiotas é outra razão frequente pela qual muitas empresas fecham as portas. O grande problema são os juros, geralmente muito elevados, e que não são considerados pelo gestor na hora em que ele contrata o empréstimo. Quanto maior o prazo para quitar a dívida, maiores serão os juros incidentes. Além disso, muitas instituições costumam cobrar juros abusivos.
Considere também que existem multas para o caso de atrasos, que podem ser muito pesadas, e até ilegais em certos casos. Portanto, o hábito de pedir empréstimos deve ser evitado por sua própria natureza nociva.
Lembre-se de que se seu negócio só cresce a partir de empréstimos, ele não está crescendo com seu próprio dinheiro, e isso terá um alto custo: afinal de contas, você está comprometido a devolver com juros tudo o que tomou emprestado. Antes de recorrer aos empréstimos bancários, avalie outras possibilidades, como pedir empréstimo a um parente ou adiar o que está planejando para outra ocasião.
PRECIFICAÇÃO ERRADA
Na hora de precificar produtos ou serviços, é necessário calcular os lucros e os gastos. Cobrar um preço muito baixo, na maioria das vezes, não compensa — você poderá cobrar até um preço inferior ao da concorrência (o que lhe dará maior potencial competitivo), mas apenas se não tiver prejuízos ou se conseguir vender um volume muito grande de itens.
Lembre-se de que o preço do produto devem embutir os gastos da empresa (funcionários, serviços públicos, fornecedores, aluguel) e ainda oferecer um lucro satisfatório. Se esses critérios não forem considerados, você só terá prejuízos.
Outro erro comum é definir um preço elevado demais (acima da média) e não oferecer um serviço especial ou outra explicação que justifique essa precificação. Os clientes modernos estão mais esclarecidos e, caso possam comprar um produto de mesma marca (ou com marca diferente, mas com boa qualidade) em outra loja, por um preço inferior, certamente farão isso. O ideal é definir uma margem de lucro razoável, e calcular conscientemente os gastos relacionados ao produto.